Estava em debate a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. A proposta final ficou a cargo do senador goiano. E ele fez sua parte. A versão aprovada acabou com as cotas na educação, serviço público, empresas e partidos políticos. Programas de saúde pública voltados para a população negra também ficaram de fora.
Deve ser por isso que antes do escândalo envolvendo Carlinhos Cachoeira, o ilustre parlamentar recebeu tanto apoio. Ele chegou até a escrever o prefácio do livro “Ficha Limpa: a Vitória da Sociedade”. Obra lançada por Ophir Cavalcante, presidente da respeitável OAB. Um trecho do texto diz que a sociedade:
...não admite que os destinos da nação possam ser geridos por representantes que não possuem conduta adequada à dignidade das relevantes funções públicas.No fundo, ele tem razão. As funções públicas do parlamento nem são tão dignas assim.
Até o DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) entrou na dança. Há anos, a entidade costuma apontar Demóstenes como um dos "Cabeças do Congresso". Mas admitamos, um congresso como este merece as cabeças que tem.
No mais, tudo continua a correr tranquilamente. A Lei Geral da Copa foi aprovada, mesmo contendo medidas que proíbem greves. A votação do Código Florestal deve ser adiada para depois da Rio+20. Passado o badalado evento ecológico mundial, deve ficar mais fácil aprovar uma legislação de acordo com o que quer a bancada da motosserra.
É muita ingratidão.
Leia também: Um racista escreve a lei contra o racismo
Nenhum comentário:
Postar um comentário