O racismo é uma das
manifestações da luta de classes. Portanto, podemos afirmar que a luta
anti-racismo não fragmenta a luta proletária. Mas, ao contrário, fragmentamos o
proletariado quando deixamos de incorporar efetivamente a luta anti-racismo,
pois assim deixamos de trazer pras nossas trincheiras parte da parcela maior da
nossa classe.
O trecho acima é do texto “O
lugar do racismo na luta de classes brasileira. O dilema do proletariado preto”,
de Gas-PA, rapper do coletivo de hip-hop “Lutarmada”. Trata-se de uma
contribuição muito importante, mas quase solitária na esquerda brasileira.
Mais de um século após o fim
da escravidão legal no País, a população negra continua a ter negados os direitos
mais básicos. Mesmo assim, permanece forte o mito da democracia racial.
E até na difícil tarefa de combater
o que Gas-PA considera “o racismo mais eficaz do mundo”, os pretos têm trabalho
redobrado:
Por uma nítida opção, aos
brancos basta a produção teórica de seus pares. Mas, além de se apropriar das
mesmas fontes que os camaradas brancos, aos pretos é necessária ainda a
apreensão do que já foi produzido pelos autores da diáspora africana. E como na
maioria das vezes essa produção teórica dos pretos não leva em consideração o
fator “classe”, ainda recai sobre o militante preto produzir combinando esses vários
legados. Mas não termina aí. Aos militantes pretos cabe ainda a tarefa de ler o
que setores do Movimento Negro escrevem contra o marxismo, pra poder tecer a
crítica sobre essas obras. Não é fácil!
Não é fácil, mesmo. Mas podemos
começar a colaborar, divulgando o documento de Gas-PA.
Clique aqui para ter acesso ao texto na íntegra.
Leia também: Panteras Negras: contra a polícia, a legalidade armada
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