A hepatite C afeta
aproximadamente 3% da população mundial. Já existem medicamentos eficazes para
combater a doença. Mas custam cerca de 150 mil reais para um ano de tratamento.
Os preços elevados seriam devido ao custo das pesquisas, dizem as grandes
farmacêuticas que comercializam o remédio. Afirmação falsa como um placebo.
Estes dados são do artigo “Patentes,
a privatização do esforço comum” publicado pela IHU-Online, em 02/05. Vejam o
que diz um trecho:
As farmacêuticas descreveram
a hepatite? NÃO. Os vírus? NÃO. Foram elas as que, quando a hepatite se chamava
não-A e não-B, descobriram o novo vírus que, mais tarde, chamou-se de “C”? NÃO.
Foram elas que descreveram os marcadores sorológicos para detectar no sangue?
NÃO. Foram elas que descobriram os diversos genótipos? NÃO. São elas que
descobriram as polimerasas? NÃO. Elas fizeram a sequência do genoma do vírus da
hepatite C? NÃO. Elas descobriram o
papel chave da proteína NS5A para sua sobrevivência? NÃO. Foram elas que
descobriram os inibidores desse NS5A? NÃO... O que elas fizeram? Coletaram toda
essa informação, poliram um pouco a molécula, engarrafaram-na e usaram sua
posição no mercado para distribuí-la.
E isso vale para todas as maravilhas
oferecidas pelas grandes empresas, incluindo as badaladas Google e Apple. Na
grande maioria dos casos, foram as universidades e laboratórios públicos que
chegaram às inovações. Mas este saber acumulado por milhares de pesquisadores é
simplesmente entregue pelo Estado aos gigantes do mercado.
Enquanto isso, a repressão
estatal cai sobre pessoas e pequenas organizações que fazem cópias de programas
e outros produtos. A única pirataria permitida é aquela praticada por gente
graúda.
Leia também: Sem
dinheiro público, sem Google e Apple
Nenhum comentário:
Postar um comentário