Doses maiores

15 de maio de 2014

O delírio de Krugman e Piketty

Paul Krugman tornou-se o fã número um do livro “O capital no século 21”, de Thomas Piketty. Anda dizendo que os conservadores estão apavorados com o sucesso da obra. Temem que ela seja usada para justificar o aumento de impostos sobre os ricos.

O problema é que Krugman e Piketty propõem que esta tributação seja feita pelo mesmo Estado que está aí, em todo mundo, fazendo exatamente o contrário. Não apenas deixa os ricos em paz, como os presenteia com doses cavalares de dinheiro barato ou gratuito.

E isso acontece mesmo em países cujo governo é ocupado pela esquerda ou coisa parecida. Obama despejou U$ 22 trilhões na economia americana. Foi quase tudo destinado novamente para a ciranda financeira que quebrou a economia em 2008.

A taxação sobre grandes fortunas está na Constituição brasileira. Nunca saiu do papel e o PT, há doze anos no poder, quer que ela continue lá. Prefere utilizar o BNDES para conceder empréstimos para sujeitos como Eike Baptista.

Na Europa, os socialistas e trabalhistas que passaram por vários governos fazem e fizeram o mesmo. Nem um governo considerado ultrarradical, como o de Hugo Chávez, propôs algo parecido.

Krugman é um keynesiano histórico. Claro que tem muitas divergências com os neoliberais. Mas, como eles, também acredita que o socialismo é uma utopia. No entanto, delírio mesmo é o que ele e Piketty estão propondo.

Na verdade, as preocupações dos conservadores estão em outros lugares. Nas contradições insolúveis que o capitalismo continua a acumular e na crescente onda mundial de resistência popular contra as injustiças que são a base de seu poder.

Leia também: Thomas Piketty e sua radiografia do óbvio

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