17 de maio foi Dia Mundial
contra a Homofobia. Infelizmente, é mais uma daquelas datas com pouco ou nenhum
efeito prático. Mas serve para lembrar como é dura a luta contra a perseguição
aos homossexuais. Mesmo em setores populares de esquerda esta é uma bandeira
pouco respeitada.
Mas há exemplos históricos
que são exceção importante a esta regra. Um deles é oferecido pelo Partido dos
Panteras Negras, que atuou nos Estados Unidos de 1966 ao início dos anos 1980. As
informações são do livro “Praise for Black against Empire”, de Joshua Bloom e Waldo E. Martin, ainda sem edição em português.
Em 1970, os Panteras divulgaram
um documento sobre o Movimento Feminista e o Movimento de Libertação Gay assinado
por Huey Newton, um de seus fundadores. O texto caracterizou os homossexuais e as
mulheres como “oprimidos”, observando que os homossexuais "podem ser considerados
as pessoas mais oprimidas da sociedade” e argumentando que todos devem ter “liberdade
para usar seu corpo da maneira que quiserem.”
O texto também recomendava
aos membros do Partido que evitassem utilizar ofensas como “veado” e “bicha”
entre eles próprios e em relação a “inimigos do povo”. “Os homossexuais não são
inimigos do povo”, dizia.
Apesar disso, o machismo
permanecia forte entre os membros do Partido, segundo o testemunho de
lideranças como Angela Davis e Erica Huggins. Uma das razões para esta persistência
era a enorme repressão que se abatia sobre a organização. Segundo Erica,
os militantes não tinham muito tempo para pensar em machismo e homofobia, pois
estavam tentando permanecer vivos.
Esta desculpa nossos partidos
e organizações não têm.
Nenhum comentário:
Postar um comentário