Os dirigentes petistas teriam feito essa opção, diz Coelho, porque, entre outras coisas, consideraram a ruína das experiências ditas “socialistas” uma prova do fiasco das teses de Marx.
O marxismo seria uma ideologia autoritária ou, na melhor das hipóteses, utopia irrealizável. A justificar teoricamente esta conclusão uma mistura de pós-modernismo e liberalismo, anunciando a eternização do capitalismo e a necessidade de suavizá-lo.
No lugar do socialismo, uma versão muito fraca do reformismo europeu a ser implantado quando o PT conquistasse o governo central. Segundo o texto:
...ao invés de
políticas gerais de distribuição de renda, exigidas por uma classe trabalhadora
fortalecida e organizada, o que restou do ideário social-democrata foram
políticas focalizadas de efeito compensatório, concedidas a uma classe
derrotada.
Foi o que se viu concretizado nos governos petistas, com programas governamentais e sociais quase sempre intermediadas pelo mercado. Mas, como diz Coelho:
O principal obstáculo é a dificuldade para acertar um acordo duradouro de colaboração pacífica entre capital e trabalho em torno de políticas distributivistas.
Estas palavras publicadas em 2005 se confirmam hoje tragicamente. Aos primeiros
sinais de crise, o capital apunhalou o PT pelas costas. Bem na hora que o
partido se dedicava a promover o ajuste neoliberal exigido pela burguesia.
Eis que, quase no fim de nossa autópsia, o cadáver se mexe. Mas é o monstro da barbárie capitalista que sai das entranhas secas do petismo combativo. Sujo, fétido e mais forte.
Leia também: PT: autópsia descarta intoxicação marxista
Eis que, quase no fim de nossa autópsia, o cadáver se mexe. Mas é o monstro da barbárie capitalista que sai das entranhas secas do petismo combativo. Sujo, fétido e mais forte.
Leia também: PT: autópsia descarta intoxicação marxista
Pois é, Sergio, o PT fez o jogo dos neoliberais e teve a resposta que mereceu. Perdeu o bonde da história quando poderia ter mudado esse país.
ResponderExcluirVerdade, Déa.
ExcluirAbraço