Na corrida presidencial estadunidense,
surpreende o sucesso do pré-candidato democrata Bernie Sanders contra Hillary Clinton.
Qualquer político americano sabe que apenas
se parecer com um socialista é garantia de fim de carreira.
Sanders, porém, faz questão de se
apresentar como socialista. O centro de sua campanha é a denúncia dos
privilégios do 1% da população estadunidense frente à pobreza e exploração que atinge
os outros 99%. Mas não apenas isso.
Sanders é homem, branco, de classe média,
idoso e heterossexual. Mesmo assim, se transformou no candidato favorito dos
jovens americanos progressistas, incluindo negros, mulheres, LGBT, assim como vários
setores de trabalhadores.
Sanders defende os direitos das
minorias oprimidas, sem ignorar as maiorias exploradas. A
especialidade dos Clinton sempre foi a defesa dos direitos individuais e das “minorias”,
enquanto desprezam a exploração das multidões.
Essa política foi adotada com sucesso por Obama. O problema
é que os dois mandatos do simpático presidente estadunidense foram marcados
pela pior distribuição de renda da história americana.
O fato é que as medidas adotadas contra os efeitos da
crise de 2008 foram as piores possíveis. A dinheirama que saiu dos cofres públicos
voltou para os mesmos especuladores que causaram a crise. Enquanto isso, foram
gerados empregos insuficientes e mal pagos.
Teria chegado a vez do socialismo no centro do imperialismo
mundial?
Pela via institucional, nem a versão suave de Sanders.
Hillary deve ser a candidata democrata. A questão é sua fragilidade diante de
Trump.
Sanders entusiasma o eleitorado democrata, tanto quanto Hillary
o desanima. Altos níveis de abstenção podem eleger o republicano.
Teria chegado a vez da barbárie nos Estados Unidos?
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