Antonio Donato Nobre é cientista do
Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais. Em 16/05 concedeu entrevista ao portal “IHU On-Line” sobre os
prejuízos causados pelas técnicas que predominam na agricultura. Segundo ele:
A agricultura
convencional extermina aquela vida que tem capacidade regulatória, mata o solo,
fator chave para sua própria sustentação, e introduz de forma reducionista e
irresponsável nutrientes hipersolúveis, substâncias tóxicas desconhecidas da
natureza e organismos que podem ser chamados de Frankensteins genéticos.
Nobre enumera as várias técnicas que
podem substituir essa “tecnociência” que serve apenas aos interesses mesquinhos
do grande capital agrário. São elas: agroecologia, agrofloresta sintrópica,
sistemas agroflorestais, agricultura biodinâmica, trofobiose, agricultura orgânica,
agricultura sustentável, entre outras.
No lugar dessa variedade toda,
monoculturas plantadas em latifúndios de milho e soja, tudo muito temperado com
agrotóxico. Mais exatamente, um balde anual de veneno na mesa de cada
brasileiro. Sem falar nos agentes químicos necessários para dar sabor e cor às rações
que saem dessas plantações.
Por trás de tudo isso, a padronização
industrial que reduz custos tanto quanto elimina nutrientes e torna nosso
cardápio uma coleção de sabores que não passam de gradações saturadas de sal e
açúcar. Os lucros disparam na mesma proporção que as
doenças e a obesidade anêmica.
Segundo o entrevistado, esses métodos
de cultivo tornam destrutiva “a pegada humana no planeta”, e suas consequências
já se fazem “sentir no clima como falência múltipla de órgãos”.
É verdade. Mas a pegada em questão
não é do “Frankenstein genético”. É do nosso conhecido velociraptor, símbolo de
uma humanidade rendida à lógica da rapina contra si mesma.
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