Em 20/05, a revista “Brasileiros” entrevistou Amir
Khair. Ele é especialista em Finanças Públicas e foi Secretário Municipal de
Finanças de Luiza Erundina. Com a grande imprensa elogiando as medidas
econômicas propostas pelo governo Temer, alguns números divulgados pelo entrevistado
merecem destaque.
Segundo Khair, economizar nos gastos públicos não tem nada
“a ver com redução de programa social. O dinheiro jogado fora é com juros: R$
500 bilhões por ano”. “Hoje 82% do déficit público são despesa com juros, 13%
são queda de arrecadação e apenas 5% são aumento da despesa pública”, afirma.
Além disso, os US$ 200 bilhões de excesso nas reservas
internacionais custam ao País R$ 110 bilhões em juros anuais.
Ele afirma também que:
...os bancos no Brasil têm três
fontes de riqueza: os juros cobrados sobre os empréstimos, a Selic alta e as
tarifas bancárias. A concentração em cinco instituições lhes permite cobrar o
que quiserem.
Perguntado sobre a reforma da Previdência, considerada obrigatória
por golpeados e golpistas, ele informa que entre 2014 e 2015, os benefícios
previdenciários aumentaram R$ 6 bilhões, enquanto os juros cresceram R$ 130
bilhões.
O título da entrevista é “Calem os bancos”. Mas os
bancos não têm apenas voz. Têm um governo só deles, formado pela união entre Banco
Central e Ministério da Fazenda. Eleição após eleição, seus interesses continuam
religiosamente respeitados.
Mas seria injusto culpar só os bancos. O pornográfico mercado
brasileiro de juros beneficia o grande capital em geral. Por isso, o poder econômico
faz questão de financiar as eleições. Entre o governo afastado e o interino, a
monarquia rentista manda, desmanda e não cai.
Leia também: O golpe contra os serviços
públicos
Nenhum comentário:
Postar um comentário