No debate sobre o caráter golpista do governo atual, seria interessante lembrar
um dos conceitos de golpe, presente no livro “O 18 brumário de Luís Bonaparte“,
de Karl Marx. A obra analisa as manobras políticas que deram poderes
ditatoriais ao sobrinho de Napoleão, em 1851.
Para ficar à frente do golpe, Bonaparte criou a “Sociedade 10 de Dezembro”, cujos membros Marx assim descrevia:
Para ficar à frente do golpe, Bonaparte criou a “Sociedade 10 de Dezembro”, cujos membros Marx assim descrevia:
...rebentos
arruinados e aventureiros da burguesia eram ladeados por vagabundos, soldados
exonerados, ex-presidiários, escravos fugidos das galeras, gatunos,
trapaceiros, batedores de carteira, prestidigitadores, jogadores, cafetões,
donos de bordel, carregadores, literatos, tocadores de realejo, trapeiros,
amoladores de tesouras, funileiros, mendigos...
Seriam o que Marx chamou de “lumpemproletariado”.
Trabalhadores em situação de miséria extrema ou marginalizados.
Ainda segundo Marx, tratava-se de uma “sociedade beneficente” na medida em que “seus membros sentiam a necessidade de beneficiar-se à custa da nação trabalhadora”. Na verdade, a maioria foi utilizada como massa de manobra por Bonaparte e seus aliados burgueses.
O Brasil atual também tem a sua “sociedade beneficente”. Criada com objetivos golpistas e chefiada pelo “gatuno” Eduardo Cunha, entre seus membros estão corruptos notórios e até acusados de homicídio. Golpe consumado, vários deles ganharam cargos de ministros.
É verdade que há semelhanças entre o ministério antigo e o do presidente interino. A maior diferença é que, agora, 23 dos 28 ministros de Temer são milionários.
Ou seja, aqueles que Marx descreveu como habitantes do porão da sociedade francesa do século 19, no Brasil integram a classe dirigente há muito tempo. A grande mudança é que agora dispensam intermediários, revelando a exata medida da estatura moral da burguesia local.
Leia também: Muito trauma, nenhuma ruptura
Ainda segundo Marx, tratava-se de uma “sociedade beneficente” na medida em que “seus membros sentiam a necessidade de beneficiar-se à custa da nação trabalhadora”. Na verdade, a maioria foi utilizada como massa de manobra por Bonaparte e seus aliados burgueses.
O Brasil atual também tem a sua “sociedade beneficente”. Criada com objetivos golpistas e chefiada pelo “gatuno” Eduardo Cunha, entre seus membros estão corruptos notórios e até acusados de homicídio. Golpe consumado, vários deles ganharam cargos de ministros.
É verdade que há semelhanças entre o ministério antigo e o do presidente interino. A maior diferença é que, agora, 23 dos 28 ministros de Temer são milionários.
Ou seja, aqueles que Marx descreveu como habitantes do porão da sociedade francesa do século 19, no Brasil integram a classe dirigente há muito tempo. A grande mudança é que agora dispensam intermediários, revelando a exata medida da estatura moral da burguesia local.
Leia também: Muito trauma, nenhuma ruptura
As coisas acontecem lá bem antes né?! Parece que inclusive hoje estão protestando contra uma reforma trabalhista por lá. Interessante..
ResponderExcluir