Angela Davis é uma militante socialista estadunidense que
ficou famosa por sua participação no Partido dos Panteras Negras, na década de
1970.
Recentemente, foi lançado no Brasil seu livro "Mulheres,
raça e classe", no qual defende a profunda ligação entre a luta
anticapitalista, o feminismo e o combate ao racismo.
Uma das personagens heroicas citadas na obra é Sojourner
Truth, que nasceu escrava, mas tornou-se liderança da luta feminista e
antirracista da segunda metade do século 19, nos Estados Unidos.
Sua participação na Convenção de Mulheres em Akron, Ohio,
em 1851, marcou época. Foi lá que ela fez o discurso “Então, não sou uma
mulher?”, que se tornou lendário.
Mas, no mesmo evento, houve outro momento memorável. Foi
quando, diante do argumento de que a supremacia masculina era um princípio
cristão, ela perguntou:
De onde é que Cristo veio? De Deus e
de uma mulher! O homem não teve nada a ver com isso!
E aos que acusavam Eva de ter cometido o primeiro pecado,
respondeu:
Se a primeira mulher que Deus fez foi
forte o suficiente para colocar o mundo de pernas para o ar, muitas mulheres unidas
podem facilmente colocá-lo no lado certo.
Os homens presentes ficaram mudos. Frances Dana Gage presidia a
convenção e descreveu o impacto do discurso desse modo:
Ela levou-nos nos seus fortes braços e
carregou-nos firmemente para fora das dificuldades, mudando a maré a nosso
favor.
Além de Sojourner, Harriet Tubman, Ida Wells e Rosa Parks
são outras personagens importantes do livro. Ao lado da própria autora, suas
vidas tornaram mais dignas não apenas as mulheres, mas a humanidade.
Leia também:
Harriet
Tubman, a libertadora negra
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