Os Irmãos Grimm,
Shakespeare, Aristóteles, Balzac, Dickens, Goethe, Shelley, Blake, Hegel,
Rousseau, Fourier e Darwin. O Talmud em hebraico e holandês,
versões da Bíblia em alemão e em inglês. Estes são apenas alguns mestres e
obras com que Marx e Engels educaram Eleanor. Sempre em casa, pois as escolas
para meninas da época só ensinavam os deveres básicos para futuras “donas do
lar”.
Mesmo assim, Eleanor e sua família jamais olharam com
arrogância os que não tinham acesso a essa “alta cultura”. Ao contrário.
Segundo conta Rachel Holmes em sua biografia sobre Eleanor, quando a
Internacional foi fundada, Marx e Engels escreveram:
...formulamos muito claramente a
palavra de ordem: a emancipação dos trabalhadores deve ser conquistada pelos
próprios trabalhadores. Portanto, não podemos nos associar a pessoas que
declaram abertamente que os trabalhadores não são instruídos para se
emanciparem e devem ser libertados a partir do alto por grandes e pequenos
burgueses filantropos (...), e que devem se colocar sob a liderança dos
proprietários “educados", que saberiam o que é bom para eles.
A militância de Eleanor sempre foi coerente com estes
princípios. Ela participou da formação do braço sindical das mulheres do setor
de gás na Inglaterra. Também ajudou a organizar a luta dos estivadores.
Apesar disso, ela só conseguia participar dos encontros
sindicais na condição de intérprete e jornalista. Para o machismo dos
sindicalistas da época, falar e escrever em três línguas não a qualificava como
trabalhadora.
Mas essas dificuldades jamais a fizeram duvidar de
que o socialismo só poderia ser construído por iniciativa da maioria explorada
e com a presença decisiva das mulheres.
Leia também: Eleanor Marx, boa de briga
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