Voltamos à biografia “Eleanor Marx”, de Rachel Holmes. Em
1886, ela publicou “A Questão Feminina: um ponto de vista socialista”, junto
com Edward Aveling.
Desde o início, os autores deixam claro que é impossível
compreender a desigualdade entre homens e mulheres sem levar em conta os
fatores econômicos que a sustentam:
...aqueles que denunciam a situação atual
das mulheres sem buscar suas causas na economia de nossos dias são como médicos
que tratam uma doença local sem investigar a saúde física geral.
Por outro lado, diz Rachel, em nenhum momento os autores argumentam
que a opressão sexual pode ser resolvida com uma resposta meramente econômica:
“A questão da mulher diz respeito à organização da sociedade como um todo”,
afirmam.
E para travar essa luta, defendem a formação de uma frente
feminista única, e recomendam à Segunda Internacional que trabalhe por um
movimento feminista internacionalista. Afinal, dizem, “assim como não pode
haver socialismo num país só, também não pode haver feminismo num só país.”
Além disso, as mulheres “devem entender que sua
emancipação será obra delas mesmas”. Elas certamente encontrarão aliados entre
os melhores homens, assim como os trabalhadores encontram aliados entre filósofos,
artistas e poetas. Mas não têm nada a esperar do homem em geral, assim como os
trabalhadores não têm nada a esperar da “classe média como um todo”.
Esta é só uma pequena amostra da combatividade da filha
de Marx. Não à toa, ela se tornaria uma grande liderança dos trabalhadores britânicos
do setor de gás. Entre eles, era conhecida como a “nossa velha foguista”, referindo-se àqueles que mantêm a caldeira a pleno vapor.
Leia também: As guerreiras da Comuna de Paris
É isso aí, vamos deixar de sofismas: a libertação dos explorados, a libertação da mulher, o direito ao aborto etc, será obra principalmente e determinante dos próprios.
ResponderExcluirExato!
ExcluirAbraço!