Certa vez, revolucionários russos visitaram a residência
dos Marx. Engels estava presente e no debate que se seguiu sobre a luta revolucionária
na Rússia, ele e Marx se declararam absolutamente contrários ao terrorismo tão
característico da cena política russa.
Para eles, era preciso um movimento popular
representativo, de base ampla na Rússia. Não de ações protagonizadas por milícias
clandestinas. Eleanor acompanhava o debate sem expressar opinião, mas não
pareceu totalmente convencida dos argumentos de seu pai e do tio “postiço”.
Eleanor engajou-se decididamente na luta dos irlandeses
contra o domínio inglês. Seu pai e Engels também simpatizavam com a causa. Mas desaprovavam
fortemente a utilização de ações armadas, conspirações e iniciativas violentas.
Eleanor discordava deles...
Por outro lado, certa vez, ela criticou seu companheiro
de luta, William Morris, por afirmar que a revolução não seria feita até que o
povo estivesse armado: "Ele parece não entender que, quando todas as
pessoas estiverem armadas, não haverá necessidade de revolução".
Mas essa postura não servia para justificar qualquer recuo diante da superioridade militar do inimigo.
Em uma manifestação de desempregados no centro de Londres,
ela ficou à frente dos manifestantes forçando passagem por entre os cerca de 4
mil policiais presentes. Quando eles começaram a bater, muitos manifestantes assustados
fugiram em pânico.
Eleanor ficou furiosa: "Só depois de eu ter gritado até
ficar rouca chamando os homens para ficar e lutar, alguns retornaram”. Detalhe:
seu marido, Edward Aveling, “evaporou” logo que a pancadaria começou.
Não tinha medo a caçulinha de Jenny e Karl Marx.
Tudo isso e mais estão na biografia “Eleanor Marx”, de Rachel
Holmes.
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