Em sua biografia “ Eleanor Marx”, Rachel Holmes diz que a
Comuna de Paris era um assunto de família para os Marx. A começar por Hippolyte
Lissagaray, que lutou nas trincheiras parisienses e foi o primeiro namorado de
Eleanor.
Mas também havia Elisabeth Demetrioff. Fundadora e líder
da união de mulheres de Paris, ela era amiga pessoal da família, e, em
particular, de Eleanor. Foi a presença de personalidades como Elisabeth que transformou
a Comuna em um grande “evento de gênero”.
Segundo Rachel, “os homens adultos eram a maioria, mas
havia mais mulheres envolvidas na Comuna de Paris do que em qualquer revolução anterior”.
Este teria sido um dos principais fatores para o ódio que a Comuna despertou e o covarde massacre de que foram vítimas seus integrantes.
Cerca de
três mil mulheres trabalharam nas fábricas de armas e munições. Um batalhão
feminino da Guarda Nacional foi formado por 120 combatentes que lutaram nas barricadas
de Paris. Mulheres com armas nas mãos só podiam atrair
o ódio dos conservadores da época.
Não à toa, um correspondente do “Times”, de Londres, escreveu:
“Se a nação francesa fosse composta apenas por mulheres, que terrível nação seria.”
Mas a discriminação contra as mulheres vinha de muito
antes. Inclusive, entre os setores militantes dos trabalhadores.
Na fundação da Primeira Internacional, em 1864, por
exemplo, o Conselho Geral, dirigido por Marx, aprovou a admissão de mulheres. Pois
foi exatamente a delegação francesa que se opôs à decisão, alegando que o lugar
delas era “no lar".
Quase 150 anos depois, continuamos a precisar de novas
comunas, com ainda mais mulheres guerreiras.
Leia também:
Não há revolução sem a
rebeldia feminina
"Terrible" em inglês tem outros significados, um deles é de assustador num sentido positivo (como algo a ser respeitar, mais para temível); não me parece que essa descrição foi pejorativa.
ResponderExcluirQual descrição?
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