Em 1886, Eleanor Marx viajou aos Estados Unidos a convite
dos socialistas locais. Suas palestras costumavam se concentrar na defesa do feminismo
socialista.
Mas em New Haven, falando para estudantes e professores
da Universidade de Yale, Eleanor resolveu enfrentar o que sua biógrafa, Rachel
Holmes, chamou de “bicho-papão da burguesia”: o fim da propriedade privada. Veja
alguns trechos:
As pessoas temem que a abolição da
propriedade privada signifique que ninguém mais possa dizer "meu casaco"
ou "meu relógio", por exemplo. Mas é o oposto disso. Sob o
socialismo, muita gente vai poder dizer "meu casaco" e "meu
relógio" pela primeira vez. Ao mesmo tempo, mais ninguém vai dizer
"minha fábrica" ou "minha terra". Acima de tudo, nenhuma pessoa
poderá dizer, em relação ao outro, "minha mão de obra".
Na verdade, é a “classe capitalista” que
fica com quase toda a propriedade privada. E é exatamente porque “acreditamos no
‘direito sagrado’ à propriedade que queremos que vocês possuam o que hoje lhes
é tirado”.
Somos pelo fim da propriedade de todos
os meios de produção. Mas isso não é abolir a propriedade privada. Isso significa
dar propriedades aos milhões que hoje não têm nenhuma.
Um século e meio e muitas lutas depois, os bens pessoais já
não são tão limitados. Mas a propriedade e o controle dos meios de produção
nunca estiveram tão concentrados.
Trata-se de uma das previsões feitas pelo pai de Eleanor mais
difíceis de contestar. E está entre aquelas que tornam tão justificável uma obsessão
de Marx herdada por sua filha: jamais deixar de lutar pelo fim do capitalismo, este
bicho-papão da humanidade.
Leia também: Eleanor Marx no trabalho de base
Arrasou!
ResponderExcluirObrigado, querida. Estou saindo agora pra Belém. Se não fosse isso iria na homenagem que você vai receber. Beijos meus e da Lycia!
ResponderExcluirExcelente!
ResponderExcluirObrigado
ResponderExcluirAbraço