O
estudo “A personalidade autoritária”, coordenado por Max Horkheimer, é de 1950.
Trata-se de um conjunto de trabalhos de investigação psicossocial sobre
preconceito e autoritarismo.
Nele
aparece a “Escala F”, que procurava medir predisposições ideológicas
autoritárias, antidemocráticas e, no limite, fascistas em determinado grupo.
Consistia
em uma série de afirmações com as quais se deveria concordar ou não, do tipo:
1) “as pessoas só aprendem algo realmente importante
por meio do sofrimento”, 2) “as pessoas podem ser divididas em duas classes: os
fracos e os fortes”; 3) “hoje em dia, quando tantos tipos diferentes de pessoas
circulam e entram em contato umas com as outras, cada um tem de se proteger
cuidadosamente para não pegar uma doença”
Claro
que as afirmações acima são apenas exemplos. Dependendo da época e lugar, elas
podem ser completamente diferentes.
Além
disso, as respostas devem passar por um complexo trabalho de elaboração e
inter-relação para formarem um diagnóstico. E este revelará apenas uma
tendência, nunca uma verdade incontestável.
Em
nossa época, algoritmos certamente tornariam essa medida aplicável em larga
escala.
Na
verdade, algo parecido já existe, mas para outros objetivos. A publicidade
utiliza dados das redes digitais para localizar nichos de consumidores.
O
mesmo fazem as campanhas eleitorais para encontrar eleitores predispostos a se
alinharem a suas propostas e as divulgarem. Trump fez isso muito bem. Aqui,
sabemos quem vem fazendo o mesmo de forma bem sucedida.
O
“F” da escala é de fascismo, claro. Mas poderia ser de falso, de Facebook e
daquela palavra que circula por nossas cabeças e sai de nossas bocas cada vez
mais frequentemente.
Saiba mais em “Síndrome fascista, segundo a Escola de Frankfurt”
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