"Esta
máquina mata fascistas" dizia a frase que "Woody" Guthrie escreveu
em seu violão. Conhecido como o trovador da época da Grande Depressão estadunidense,
nos anos 1930, ele viajou com desempregados em busca de ocupação por vários estados norte-americanos.
Simpático
ao partido comunista, nunca se integrou oficialmente à organização. Mas seu
repúdio ao fascismo e às injustiças do capitalismo estava sempre presente em
suas letras.
"Esta
máquina mata fascistas" também é o título de uma bela obra em quadrinhos francesa.
Nele, Jean Pierre Pécau e Senad Mavric contam a história de um tanque de guerra
que trazia aquelas mesmas palavras escritas em sua torre de canhão.
Era
o JS-2 (Joseph Stálin 2), equipamento soviético que se tornou lendário por sua
resistência e poder destrutivo. A HQ imagina a participação do tanque em vários
conflitos, desde o combate aos nazistas até a invasão do Afeganistão pelos Estados
Unidos, passando pela defesa das revoluções cubana e angolana.
Perguntado
porque escrevera “fascistas” ao invés de “alemães” em seu tanque, o personagem
responsável pela inscrição respondeu: “Porque nem todos os alemães são fascistas.
E porque há muito mais fascistas que alemães”.
A
máquina de Guthrie é muito menos letal que a do exército soviético. Mas,
talvez, seja historicamente mais eficiente e necessária. O JS-2 dos quadrinhos é
usado na repressão à Revolução Húngara, por exemplo. E serve como barricada na entrada
da caverna onde se escondia Bin Laden.
Nem
sempre foi empregado para defender o melhor lado, portanto. Era um tanque de
guerra, afinal. Diferente do violão, sua utilização, mesmo contra fascistas, ainda assim é uma
vitória do fascismo.
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