Meados
da década de 1980. Em discurso feito num Encontro Estadual do PT, Lula criticava
o culto exagerado a Luís Carlos Prestes. Àquela altura, Lula já se considerava ter
feito mais do que o mítico líder comunista.
Genoino interrompe Lula para discordar. Dizer que a estatura histórica de Prestes tinha que
ser respeitada. Fato inegável.
Mas
também é verdade que os erros de Prestes foram muitos e desastrosos. Principalmente,
após a lendária Coluna Prestes.
Prestes
tentou, por exemplo, tomar o poder em 1935 e, sem qualquer possibilidade de
sucesso, só ajudou a criar condições para a implantação da ditadura getulista.
Mas
o maior dos erros do líder comunista foi sua confiança de que qualquer tentativa
de golpe em 1964 seria esmagada. Eventuais golpistas teriam suas cabeças cortadas,
dizia ele.
Décadas
depois daquele encontro, Lula já pode dizer que fez história tal como o líder
comunista. E cometeu muitos erros desastrosos também. Mais graças a eles do que
a alguns acertos, foi parar atrás das grades. Assim como aconteceu com Prestes.
E
como Prestes, Lula também continuou muito popular, mesmo depois de preso. Agora,
chegou a hora de evitar o maior dos erros do líder comunista. O da cegueira
histórica diante do avanço fascista.
Lula
já provou do que é capaz. Levou seu candidato ao segundo turno sem fazer um único
pronunciamento público em seis meses. Deveria, agora, pedir que o esqueçam até as
eleições. Daqui para diante, a insistência em utilizar sua figura corre sério
risco de garantir a vitória do fascismo.
Lula
pode tornar-se maior que Prestes, se não cometer o maior dos erros dele.
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