A Cambridge Analytica é
uma empresa que analisa os dados disponíveis nas redes virtuais. Ficou famosa
por trabalhar para as campanhas de Donald Trump e do Brexit, pela saída do
Reino Unido da União Europeia.
Sua atuação foi
considerada decisiva para a vitória em ambas os casos. Mas há quem ache que a
ação da empresa funcione apenas como cortina de fumaça para ocultar um ator bem
mais poderoso: o Facebook.
Entre os adeptos dessa
hipótese está Siva Vaidhyanathan, que a defende em seu livro “Mídia
antissocial: como o Facebook nos desconecta e enfraquece a democracia”.
No caso das eleições estadunidenses,
ele relata que a Cambridge trabalhou para Ted Cruz, rival de Trump na disputa
pela indicação como candidato republicano.
O problema era a
qualidade das previsões da empresa. A margem de erro na identificação de
eleitores republicanos como apoiadores da Cruz beirava os 50%. Resultado, Trump
ganhou a indicação.
Vaidhyanathan cita o
cientista político David Karpf, segundo o qual “não há evidências de que a
Cambridge Analytica tenha resolvido os problemas com a aplicação de seu modelo
psicométrico ao comportamento dos eleitores”.
Alexander Nix, um alto
executivo da empresa, chegou a admitir que a campanha Trump jamais implementou
o perfil psicométrico da Cambridge. Para quê, pergunta o autor, se já havia o
Facebook para fazer todo o trabalho sujo?
Em março de 2018, o
Facebook baniu a empresa. Mas há fortes sinais de que a turma de Zuckerberg já
sabia de suas violações legais há dois anos. Aparentemente, a cortina de fumaça
havia perdido sua utilidade.
Como dizemos por aqui,
tiraram o bode da sala.
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