“A
grande Transformação” é um clássico da história econômica. Escrito por Karl
Polanyi, o livro foi publicado em 1944. O mundo começava a sair da Grande
Guerra e o pensador húngaro tentava entender o que dera tão errado.
Segundo
introdução escrita por Diogo Ramada Curto, Nuno Domingos e Miguel Bandeira
Jerónimo para uma edição portuguesa de 2010:
A grande transformação teria consistido na libertação
dos mercados do controle das instituições sociais e, ao invés, na determinação
da economia, das próprias instituições sociais e, tendencialmente, de todos os
aspectos da vida social e humana pelos padrões da troca mercantil.
Nesse
sentido, os regimes totalitários representariam um “ricochete violento das
massas humanas contra a desumanização da sociedade pela lógica mercantil”,
dizem eles.
Já
nas palavras do próprio autor, a “verdade é que o papel desempenhado pelo
fascismo foi determinado por um único fator: a situação do sistema de mercado”.
Entre
1924 e 1929, diz Polanyi, quando o restabelecimento do sistema de mercado
parecia assegurado, o fascismo apagou-se completamente enquanto força política.
A partir de 1930, a economia de mercado mergulhava numa crise geral. Passados
poucos anos, o fascismo se transformaria em força mundial.
Ou
seja, o fascismo é uma resposta à crise provocada pela lógica avassaladora da
mercadoria imposta à sociedade. A pior das respostas. A outra possível é o
socialismo, defende Polanyi. Ainda que o socialismo dele fosse diferente
daquele defendido pelos marxistas.
De
qualquer maneira, antes como agora, uma profunda crise toma dimensões ainda
mais planetárias. E a grande escolha continua a ser entre a barbárie fascista e
o socialismo.
Continuaremos
a comentar essa importante obra.
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também:
Dez anos de uma crise que não terminou
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