Mas a mesma matéria cita
outra pesquisa interessante. Em seu mestrado, o jornalista Marcelo Garcia, da
Fiocruz, estudou a circulação de notícias falsas relacionadas à epidemia de
zika em 2015 e 2016.
Neste caso, as famílias também
foram consideradas importantes na disseminação de falsidades e imprecisões grosseiras
sobre a doença. Garcia chegou à conclusão de que os boatos tinham três
"grandes critérios":
1) o desconhecimento em torno da
própria doença; 2) a desconfiança em relação às autoridades políticas e a falta
de confiança no sistema de saúde no Brasil, de que o sistema daria conta da
epidemia; 3) a desconfiança em relação à ciência em geral.
Mas, muito provavelmente,
há um forte ceticismo também em relação a instituições como imprensa, governos, partidos,
sindicatos etc.
Essa descrença generalizada
no espaço público levaria as pessoas a se voltarem para o círculo familiar. Um lugar
que tende ao conservadorismo e onde crenças pessoais valem mais que fatos
objetivos.
Não à toa, o fascismo procura
“biologizar” a vida social, absolutizando laços de sangue e naturalizando funções
sociais. Esposas se calam diante de maridos. Filhos, diante dos pais. Casais, só
os heterossexuais.
Uma
das possíveis soluções passaria pelo fortalecimento das instituições. O problema
é que quase todas elas realmente merecem o desprezo das maiorias sociais. São verdadeiras
fortalezas de interesses minoritários e particulares. Assim, mais do que reformá-las,
seria preciso destruí-las para dar lugar a outras, radicalmente populares e
democráticas.
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Opa, fundo novo nas Pílulas. Sangue nos oio. É isso aí, tá certo.
ResponderExcluirValeu!
ExcluirObrigado.
ResponderExcluirAbraço