Doses maiores

4 de fevereiro de 2019

Facebook: o perigoso sistema operacional de nossas vidas

Facebook, Google, Microsoft, Amazon e Apple. Todas essas poderosas empresas compartilham uma visão de longo prazo: ser o sistema operacional de nossas vidas.

Destas empresas, o Facebook é o mais perigoso. É a mais influente empresa de mídia da história, atingindo 2,2 bilhões de pessoas. Controla quatro das sete redes digitais mais utilizadas: Facebook, Messenger, WhatsApp e Instagram.

O Facebook é o exemplo perfeito da ideologia do Vale do Silício. Ninguém representa melhor o sonho de um planeta totalmente conectado “compartilhando” palavras, ideias, imagens e expectativas.

Nenhuma empresa aproveitou melhor tudo isso para obter riqueza e influência. Nenhuma empresa contribuiu mais para o colapso dos princípios básicos da tomada democrática de decisões.

Primeiro, porque informações falsas ou enganosas se espalham facilmente pelo Facebook. Segundo, porque posições e opiniões sóbrias e moderadas não têm chance nele. Por fim, há o fenômeno da “bolha”, que restringe radicalmente as experiências de diversidade e convívio com o diferente.

O Facebook é ótimo para motivar, mas terrível para deliberar. Sua estrutura de postagem e comentários resiste à consideração ampla e calma. Os participantes são encorajados a responder de forma precipitada. Por isso, respondem frequentemente de forma rude.

Basicamente, há duas coisas erradas no Facebook: o modo como funciona e a forma como as pessoas o utilizam.

As conclusões acima estão no livro “Mídia antissocial: como o Facebook nos desconecta e enfraquece a democracia”, de Siva Vaidhyanathan, pesquisador da Universidade da Virgínia. Publicado em 2018, ainda não tem edição em português.

Voltaremos a destacar trechos desse interessante estudo sobre o mais poderoso dos sistemas que estão operacionalizando nossas vidas contra nossos interesses.

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