Nick Dyer-Witheford,
com “Cyber-Proletariat”,
Shoshana Zuboff, autora de “TheAge of Surveillance Capitalism” (A era do capitalismo de vigilância)
e Paolo Gerbaudo, que publicou “The Digital Party”.
Os estudiosos acima são apenas alguns dentre dos que têm entre suas
maiores preocupações as dificuldades que as classes dominadas encontram em se
organizar para resistir às atuais formas de acumulação e domínio pelo capital.
Um dos aspectos mais importantes dessas dificuldades seria a
fragmentação crescente da vida social. E, com ela, a ausência de uma classe trabalhadora
como agente capaz de se reconhecer e se organizar coletivamente.
Para o filósofo
francês Gilles Deleuze, a sociedade contemporânea levou a fragmentação social ao
nível mais pessoal. O que parecia indivisível já não é. Por isso, criou o conceito
de “dividual”, em oposição ao “individual”.
Na era da
digitalização da vida, esse estilhaçamento ficaria evidente com a onipresença das
redes virtuais no cotidiano da imensa maioria das pessoas. O resultado seria uma
sociedade sem unidade, sem sujeitos. Mas não sem política.
As classes dominantes quase
sempre souberam manter sua unidade na hora de apelar a reações violentas e ao conservadorismo
extremado quando foi necessário. Seja diante da radicalização da resistência
operária e popular, seja quando a competição capitalista obriga a rearranjos entre
seus setores.
Estamos vivendo outro desses
momentos. Mas não se trata apenas de mais um ciclo. Acumulam-se sinais de que as
crises tornam-se cada vez mais graves e ameaçadoras para o destino de grande parte
da humanidade.
Felizmente, a história
sempre apresenta caminhos alternativos. Mas é preciso saber reconhecê-los. E nenhum
deles passa pelo mesquinho conformismo à política institucional.
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