...o projeto principal da luta
contemporânea é recuperar a corporalidade que o “intelecto geral” está
aniquilando e combater a “hiper-abstração digital-financeira” que está
liquidando o corpo vivo do planeta e o corpo social.
Contudo,
diz ele, “a recuperação do corpo precisa de forma organizacional”. Em relação
aos sindicatos, por exemplo, sua atuação deve atravessar quatro tipos de ação
que têm caracterizado os ciclos recentes de luta: motins urbanos, lutas
salariais, ocupações e “hacktivismo”. Respeitando-se sempre as diferentes
composições de classe presentes entre os explorados e oprimidos.
Na
esfera partidária, a forte tendência horizontal das lutas contemporâneas torna
improvável que qualquer grupo de vanguarda hegemonize seus inúmeros
componentes. Daí a necessidade de uma configuração em rede, que viabilize um
"partido do vir a ser", composto de movimentos múltiplos que
aprendem, no curso da luta, uma crescente autodisciplina, priorizando objetivos
e coordenando operações em torno de fins comuns gradualmente desenvolvidos. Uma
espécie de vanguardismo rotativo.
Outra
necessidade é planejar a transição para um comunismo pós-capitalista, desde que
esses planos sejam mantidos em caráter transitivo, móvel e múltiplo,
constantemente sujeitos a discussões dentro do movimento e jamais entendidos
como programas fetichizados, mas como um meio de ampliar as lutas e as
apropriações contra o capital.
Por
fim, a cibernética foi desde o início criação da guerra. E continuou a se
desenvolver no contexto de inúmeras guerras. É impossível ignorar a
probabilidade de um futuro movimento comunista surgir em um contexto mais ou
menos relacionado a elas.
Prontidão
para a guerra é a recomendação final.
Leia
também: Os desafios estratégicos do
ciberproletariado
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