Nick
Dyer-Witheford aponta uma possível origem da Inteligência
Artificial em seu livro “Cyber-Proletariat”.
Em 1º de novembro de 1952, a ilha Elugelab,
no Pacífico, foi desintegrada em um teste da primeira bomba de hidrogênio, cerca
de 500 vezes mais destrutiva que os artefatos que atingiram Nagasaki e Hiroshima.
Para o sucesso da detonação foi
fundamental a utilização de um computador batizado de AMINC (Analisador
Matemático de Integração Numérico-Computadorizada).
O AMINC foi o primeiro computador a contar
com uma memória de acesso aleatório. Desse modo, ele rompia com a distinção
entre números que significam coisas e números que fazem coisas. Trata-se do protótipo
de todos os mainframes, minicomputadores, PCs, laptops e tablets que vieram
depois.
Em seguida, a cibernética consolidou
a ideia do "ciclo de retroalimentação", que permite a um ente,
biológico ou mecânico, negociar com seu ambiente. Um princípio que tornou
possível programar robôs para se auto-reproduzirem.
Já a Teoria Matemática da
Comunicação, de Claude Shannon, demonstrou que os computadores poderiam não apenas
ampliar a capacidade de comunicação humana, mas comunicarem-se exclusivamente
entre eles.
Nessa época, as máquinas já executavam
grandes parcelas do trabalho industrial. Mas os trabalhadores ainda podiam desligá-las,
fazendo valer seu poder coletivo.
Aquela explosão nuclear no Pacífico
conjugada aos posteriores desenvolvimentos da cibernética não apenas capacitaram
as máquinas a substituir o trabalho intelectual. Também passaram a afetar a capacidade
de resistência dos trabalhadores.
E não deixa de ser significativo que
a Inteligência Artificial, tal como a conhecemos hoje, tenha começado com uma bomba
atômica e um computador cujo nome em inglês era Mathematical Analyzer, Numeric
Integration and Computer ou... MANIAC.
Leia também: A
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