No momento em que ocorre a 25ª Convenção
da ONU sobre Mudança Climática, seria importante lembrar o princípio da “sétima geração”, dos iroqueses.
Como conta o neurocientista Sidarta
Ribeiro em seu livro ”O oráculo da noite - A história e a ciência do
sonho”, esse princípio:
...postula que toda decisão
individual ou coletiva precisa considerar não apenas os efeitos no momento
presente, mas também e principalmente no futuro, simbolizado por sete gerações
consecutivas. Descrito dessa forma, é chocante que não seja um princípio
universal. Pensando nas consequências de longo prazo dos nossos atos até onde
alcança a imaginação, podemos simular cadeias de ação e reação que
frequentemente revertem as intenções da ação original. Esse princípio embasa a
“Grande Lei de Paz” da confederação iroquesa (constituição oral de suas seis
nações), e atualmente serve de orientação para as lutas pan-indígenas nos
Estados Unidos, Canadá e México.
Cerca de 7 milhões de pessoas que
compõem o 1% dos mais ricos do mundo ficam com cerca de 80% de toda riqueza
global. Se há alguém capaz de assegurar um futuro melhor para seus herdeiros
são os que estão nesse topo restrito e suas franjas.
A “Grande Lei da Paz” dos brancos
vale apenas para uns 10% da população mundial, se tanto. Ao resto está
reservado um estado de guerra mais ou menos declarado e desastres ambientais
cada vez mais catastróficos.
Os iroqueses adotaram esse princípio
há milênios, mas sua sabedoria só faz se reafirmar em um mundo que une imenso desperdício
com pobreza vergonhosa. Deveria servir de orientação também às lutas “pan-humanas”,
não apenas às pan-indígenas.
Muito interessante. A lei das sete gerações dos iroqueses me remeteu à transformação socialista e fiquei imaginando o quanto estamos longe de afirmar todos os seus valores. Estava vendo um vídeo de um debate sobre A Revolução Permanente. Vou me ater só à exposição do Valerio Arcary. Mais que sucintamente, e com as possíveis falhas que me autorizo pelo meu recente conhecimento, as leis das revoluções permanentes (acho melhor no plural mesmo), são das continuidades dos processos revolucionários antes, durante e após. Antes ao dar continuidade às revoluções não socialistas para chegar até ela; depois, no seu interior, em dar continuidade aos avanços que ela deve ter até chegar ao seu ponto mais alto; e depois ao ampliar elas universalmente. Das leis iroquesas até a das leis da revolução permanente, nem quero fazer as contas de quantas gerações precisarão existir até chegarmos ao comunismo, e ainda dele, outras tantas mais.
ResponderExcluirDo jeito que a coisa vai, serão muitas gerações se dermos muita sorte.
ExcluirValeu!