Em seu livro “Cyber-Proletariat”,
Nick
Dyer-Witheford cita o “Manifesto Aceleracionista”,
publicado por Williams e Srnicek em 2013. O documento defende a reprogramação
de plataformas materiais de produção, finanças, logística e consumo para fins
pós-capitalistas.
Ao mesmo tempo, o
autor se refere ao coletivo anarquista Tiqqun, que em seu ensaio "A Hipótese Cibernética" (2001) questiona “se
a criação de sistemas cibernéticos comunistas de larga escala não recriaria
alienações semelhantes à versão capitalista”.
Mas para Dyer-Witheford,
o comunismo não seria nem
uma aceleração das tendências do capital nem sua pura negação. Seria uma
espécie de derivação diagonal rumo à dissolução das relações capitalistas e, desse
modo, à extinção da dominação do trabalho fixo ou morto sobre o trabalho vivo.
Ele menciona, por
exemplo, algumas atividades fundamentais da reprodução humana. Parto seguro,
cuidado amoroso, provisão de comida, água, segurança ambiental, coletividade e
educação. Para os comunistas, atividades semelhantes dizem respeito à corporalidade
da espécie. “Não são transferíveis para autômatos de metal (ou silício), como querem
a cibernética e o capital”, diz o texto.
Outro grande desafio
para os comunistas contemporâneos seria encontrar formas de atuação que envolvam
não a rebelião cega, mas a greve, a revolta politizada, a ocupação e o “hackeamento”. Essa seria a única possibilidade de inviabilizar um futuro determinado pela acumulação capitalista.
Contudo, para dar
conta dessas tarefas, o autor considera indispensável criar novas formas
organizacionais. Ele cita cinco pontos relacionados a essa questão: 1) Corpos;
2) Sindicatos; 3) Configuração em Redes; 4) Transições e 5) Prontidão.
Mais detalhes sobre este importante aspecto que encerra a obra de Dyer-Witheford ficam para a próxima pílula.
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