“Vivendo nas Fronteiras do Capitalismo: Aventuras no Exílio e Ajuda Mútua” seria a tradução para o título do livro de Denis O'Hearn e Andrej Grubačić, pesquisadores da Universidade Oakland, da Califórnia.
Publicado em 2016, mas sem tradução do inglês, a obra aborda o “exílio”, mas não no sentido em que costuma ser expresso. Segundo a definição dos autores, “vida exílica” seria “uma jornada de esperança rumo a um futuro que ainda não existiu”. Tais experiências envolveriam “pessoas que partiram ou foram banidas de lugares de descontentamento”.
Exemplos históricos bem conhecidos dessa fuga, dizem os autores, são cossacos russos e escravizados fugidos ou quilombolas. Exemplos contemporâneos incluem os zapatistas no México, ocupações de terras e até mesmo prisioneiros políticos.
O livro examina algumas experiências exílicas, buscando aprender com elas tanto historicamente quanto na sociedade atual e o que elas podem nos dizer sobre futuros possíveis.
Uma das principais referências teóricas adotadas pelos autores é elaboração de Piotr Kropotkin, importante anarquista russo da virada do século 19 para o 20. Nascido príncipe, membro de uma família nobre, Kropotkin militou a vida toda pela igualdade e pelo mutualismo.
Como lembram O'Hearn e Grubačić, o anarquista russo acreditava que por mais que os Estados e o Capital imponham sua lógica de individualismo possessivo; por mais que suas instituições trabalhem para separar os indivíduos da comunidade e uns dos outros, as pessoas vão sempre tentar recriar suas próprias instituições e práticas de ajuda mútua. Para Kropotkin, os maiores valores da espécie humana são a mutualidade, a sociabilidade, a solidariedade.
Na próxima pílula, mais sobre o livro e as concepções de Kropotkin.
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Compartilhei. Somando se as bolhas... Devia ter um botaozinho de reforço aqui. rsrs
ResponderExcluirValeu!!
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