Doses maiores

11 de janeiro de 2023

Por um Tribunal Popular da Pandemia

Eu não entendo que seja possíel retirar o país da crise social e institucional sem a reparação e a responsabilização pela crise da covid-19. Seria praticamente a mesma coisa que foi feita quando anistiamos e permitimos que agentes da ditadura continuassem sem a devida responsabilização. 

As palavras acima são de Paola Falceta, diretora da Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas de Covid-19. Foram publicadas no portal Outras Palavras, em 13/12/2022.

Mais recentemente, o grupo Manifesto Coletivo lançou o abaixo-assinado “Anistia Nunca Mais”, no qual afirma:

O Brasil criou seus impasses por meio do esquecimento. Como se não falar, não julgar, não elaborar, pudesse nos garantir alguma forma de paz. Foi assim em vários momentos de sua história, criando uma verdadeira compulsão de repetição. As violências coloniais nunca foram objeto de elaboração devida. Da mesma forma, as violências da ditadura militar foram caladas através de uma anistia que, longe de ter sido resultado de algum “acordo nacional”, foi fruto de uma imposição dos próprios militares e da conveniência de seus aliados civis. Este é um país de silêncio.

O grupo defende uma mobilização popular urgente pela responsabilização do governo Bolsonaro pelos crimes cometidos durante a pandemia.

“Brasil Nunca Mais” era o nome do dossiê que revelou os crimes da ditadura empresarial-militar de 1964. Esse ato de coragem de um punhado de militantes contribuiu para a grande mobilização popular pelo fim da ditadura. Mas foi insuficiente para reverter a vergonhosa anistia que livrou o pescoço de seus carrascos. Não podemos permitir que isso se repita. É importante engrossar o abaixo-assinado. Mais importante, engrossar as mobilizações. “Sem Anistia!”

Leia também: Anistia: outro aniversário de uma lei muito podre

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