Doses maiores

24 de setembro de 2013

Robôs, Lênin e Zé Ramalho

Em 16/09, Felipe Moreno publicou “Cada vez mais comuns, robôs passam a ser usados para impulsionar fundos” no site InfoMoney. A matéria refere-se a máquinas programadas para comprar e vender no mercado financeiro.

Diante da rapidez dos investimentos especulativos, robôs seriam capazes de tomar as decisões certas na velocidade necessária. Mas o risco é grande. A matéria diz que “muitos investidores têm medo desse tipo de operação e, por isso, os fundos que utilizam essa estratégia não dizem que o estão fazendo”.

Enquanto isso, reportagem do “Globo Rural” de 08/09 mostrou uma fazenda paranaense cuja produção de leite é toda robotizada. Um computador “acende as luzes, aciona os ventiladores, ordena a limpeza do piso maneja a ordenhadeira, e canaliza o leite diretamente para o tanque de resfriamento”.

As vacas são ordenhadas e higienizadas por braços mecânicos. O proprietário mora a 12 quilômetros da fazenda e acompanha tudo por internete. A maior economia vem da quase inexistente utilização de força de trabalho humana.

No primeiro caso, estamos falando de operações que deveriam exigir o máximo da capacidade de raciocínio humana. No segundo, parecia impossível substituir a habilidade manual na manipulação de mamas bovinas.

Um exemplo revela o quanto há de aleatório e irresponsável na manipulação das tetas do capital. O outro mostra até onde vai a eliminação do trabalho vivo. Em comum, a supremacia absoluta dos interesses dos grandes proprietários.

Bancos, empresas, grandes varejistas, fazendas. Tudo se integra no que Lênin chamou de capital financeiro. Já os que vivem do próprio trabalho levam cada vez mais o que Zé Ramalho chamou de vida de gado.

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