“Caso Amarildo: Dois meses
depois, 'ninguém sabe, ninguém viu', diz esposa”. Este é o título de reportagem de Júlia Dias Carneiro publicada
pela BBC Brasil, em 15/09. Desde 14 de julho, Elizabete Gomes da Silva e os
seis filhos nada sabem do pedreiro que desapareceu na Rocinha.
Milhares de protestos no Brasil
e no mundo cobraram "Onde está o Amarildo?" Grandes jornais estrangeiros
como New York Times e Le Figaro divulgaram o caso. Mas nem a polícia espera encontrar
o pedreiro com vida. Trabalha com duas possibilidades: crime cometido por
traficantes ou por policiais militares. Deveria pensar também em crime cometido
por policiais em conjunto com traficantes.
À BBC, Elizabete diz que “vem
sendo intimidada por policiais e já foi chamada de ‘safada’ e ‘abusada’ ao
passar por eles nas vielas da favela”. Seu crime?
Os policiais não gostaram da
atitude que a gente tomou. Porque quantos Amarildos já morreram? Quantas
pessoas não morreram dentro do morro, e a família não falou nada por medo? A
gente botou a boca no trombone, protestou, fechou boca de túnel, entrou ao vivo
na TV. Estamos gritando e pedindo justiça.
Até que demorou para que as Unidades
de Polícia Pacificadora (UPP) mostrassem sua verdadeira face. Não para os
moradores das comunidades onde foram instaladas. Estes já sentem na pele há muito
tempo. Agora, o mundo sabe. A pacificação que elas trouxeram é a da repressão,
tortura e morte.
Os policiais das UPPs eram chamados
de “smurfs” pelo resto da corporação. Seriam otários “dando mole” para “bandidos
e vagabundos”. Já podem se sentir respeitados por seus colegas de farda.
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