Duas matérias interessantes sobre
mortes foram publicadas recentemente. A primeira é “Crise econômica de 2008
pode ser causa de milhares de suicídios no mundo”. Publicada pela Carta Maior, a
reportagem cita um estudo divulgado pelo British Medical Journal em 17/09. A pesquisa:
... afirma que a crise
econômica mundial de 2008 poderia ser a causa do aumento das taxas de suicídio
na Europa e nos EUA, especialmente entre os homens, e nos países com maiores
níveis de destruição do emprego.
A outra matéria é “Aumento de
crimes em família pode ser fenômeno social, dizem especialistas”, publicada por
Cleyton Vilarino no UOL Notícias, em 19/09. A reportagem também mostra que, em geral,
o assassino suicidou-se após matar os parentes.
Especialistas apontam como possíveis
causas “a falta de qualidade de vida nos grandes centros urbanos” e a
precariedade das relações de trabalho. É o caso da psicóloga Marina Bazon, da USP
Ribeirão Preto, que afirma:
Imagine que você está em uma
sociedade na qual a situação de trabalho é muito difícil, com empregos
informais e direitos violados. Esse estresse vai ter de sair em algum lugar. Se
não é fora de casa, vai ser dentro.
Um e outro fenômeno não parecem
ligados. O primeiro acontece em países fortemente afetados pela atual crise capitalista.
O segundo, num lugar que não sentiu todos os efeitos dela. Mas em ambos os casos, a
morte voluntária está presente. E a ditadura da circulação das mercadorias, também.
Em uma sociedade em que as
coisas mandam nas pessoas, morrer pode tornar-se alternativa ao que já não é
encarado como viver.
Leia também: Somos
todos “mortos que andam”
Penso muito nisso... cada vez mais amigos/familiares visitando psicólogos e psiquiatras, tomando remédios, com gastrite, enxaqueca... não estamos tendo tempo para viver, para curtir pais e filhos, sempre sentimo-nos "devendo" alguma coisa, isso quando não estamos mesmo! Estamos sempre devendo dinheiro ao banco, relatório pro chefe, estamos devendo uma ida ao médico, à academia... a ditadura do estar bem (sem estar, é claro!).
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