Matéria do portal Ig afirma
“Construção de rodovias no governo militar matou
cerca de 8 mil índios”. A reportagem de Luciana Lima, publicada em 25/09,
refere-se a conclusões da Comissão da Verdade, encarregada de investigar os
crimes da ditadura militar.
O número mostra que a ação
covarde das forças de repressão não atingiu apenas jovens de classe média, como
querem alguns defensores enrustidos do regime militar. Segundo o texto, a maior
parte das mortes aconteceu em quatro frentes de construção de rodovias.
São estradas construídas na
região norte e centro-oeste, como Transamazônica e Perimetral Norte. Não há
como chegar a um número exato, mas relatos mostram que as obras representaram “uma
verdadeira tragédia para 29 grupos indígenas”.
O desconhecimento sobre tamanha
mortandade mostra como uma ditadura é capaz de tornar invisível um verdadeiro massacre
racista. Mas a mesma invisibilidade toma conta do que vem acontecendo no
Congresso Nacional.
Mesmo sem ditadura, quase
ninguém sabe que há um projeto que ataca direitos indígenas em debate. Trata-se
de proposta do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que atende aos interesses dos
ruralistas e do grande capital em geral. Permite liberar terras indígenas, para
a instalação de fazendas, minas, hidrelétricas e estradas.
O governo petista é a favor
da proposta. Alega que a alternativa é pior: uma emenda constitucional que
transfere ao Legislativo a competência de aprovar as demarcações. Com um Congresso
dominado por ruralistas e empreiteiras seria um desastre.
Mas esta situação é resultado
de um governo que retira sua força da rendição aos poderosos. Que oferece a
vida dos mais fracos em sacrifício ao deus genocida do progresso.
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comunismo indígena
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