Há alguns meses, o governo alemão
autorizou transações privadas em bitcoin. Na mesma época, o Valor publicou um
artigo sobre esta moeda que circula somente em ambientes virtuais. Em “Dinheiro
para uma revolução”, Alexandre Rodrigues diz que desde janeiro de 2009, quando
foi criado, o bitcoin já “passou por duas bolhas especulativas”.
A última delas aconteceu no início
deste ano. Os boatos de confisco do dinheiro de correntistas no Chipre provocaram:
...uma corrida ao bitcoin por
europeus, preocupados com a possibilidade de seus governos fazerem o mesmo. Um
bitcoin, que valia US$ 10 em janeiro, chegou a US$ 256 em 4 de abril, quando
houve o estouro da bolha. Nos últimos três meses, a cotação de um bitcoin se
manteve na faixa entre US$ 100 e US$ 120.
Segundo o artigo, o “bitcoin
retira os governos da equação. A confiança é entre indivíduos, sem
intermediários”. Mas dinheiro circulando sem garantia estatal não tem nada de revolucionário.
Muito mais provável é que provoque novas bolhas especulativas.
Na reportagem, Rodrigo
Batista, da corretora Mercado Bitcoin, admite que o bitcoin não conta com garantias, como o ouro ou qualquer outro metal. Mas, diz ele, “o lastro de todo o dinheiro, não
só o virtual, é cada vez mais etéreo". Está coberto de razão. Afinal, a
principal causa da crise de 2008 foi a especulação com investimentos sem
lastro.
No capitalismo, o dinheiro deveria
ser a mais consistente das mercadorias. Mas, como disse Marx, na sociedade burguesa
tudo o que é sólido desmancha no ar. No caso da especulação financeira, não sem
antes explodir e provocar imensos desastres sociais.
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