Em 04/08, foram presos cinco integrantes do
Black Bloc carioca. Trata-se de um grupo que ficou conhecido por quebrar
fachadas de multinacionais e bancos e defender o direito à autodefesa popular diante
dos ataques policiais.
Em de seus manifestos, o grupo afirma que sua
“luta é contra as grandes corporações, instituições e organizações opressoras e
em defesa de suas vítimas - de forma ativa”. O mesmo manifesto afirma reconhecer
“o pequeno empresário como vítima do sistema” e repudia “atos que visam
prejudicá-lo”.
Claro que é muito duvidoso que a linha de atuação
escolhida pelos Black seja a melhor. O uso de máscaras se justifica diante da
ofensiva covarde das forças de repressão. Mas facilita a ação de provocadores
ou simples baderneiros em nome do movimento.
Além disso, em uma sociedade que coloca a
riqueza patrimonial acima de tudo, seja qual for o objetivo de suas ações, serão
sempre consideradas criminosas. E é isso o que está acontecendo neste momento.
Um projeto está em discussão na Assembleia Legislativa
fluminense proibindo o uso de máscaras nas manifestações. E um dos BBs detidos foi
acusado de pedofilia. Uma acusação que é, no mínimo, estranha.
Não há crime mais repulsivo que o abuso
sexual de crianças. É tudo o que os perseguidores dos BBs precisam para
justificar sua condenação sumária. Para desprezar totalmente as motivações políticas
das ações do grupo.
Tudo indica que esse processo de criminalização
apenas se inicia pelo Black Bloc. Se não houver resistência hoje, muitos de nós
podem ser acusados de pedofilia, amanhã. Todos de máscara no 7 de setembro!
Leia
também: Gramsci
e a orquestra desafinada das ruas
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