“Explorada por consultorias,
a neurociência pode contribuir para o bom desenvolvimento de uma companhia”,
diz matéria de Luísa Melo, publicada na revista Exame em 30/08.
A reportagem mostra como a
ciência que estuda o funcionamento do cérebro humano pode servir a fins
empresariais. Para coisas repulsivas como “processos práticos dentro de uma
organização” e “otimização de treinamentos corporativos”. Tudo pelo “aumento da
produtividade”. Melhor dizendo, pela busca cega por lucros.
Há valiosas palavras como as da
neuropsicóloga e fundadora da Tai Consultoria, Inês Cozzo:
A esmagadora maioria das
pessoas é mais produtiva entre as 6h e as 10h e entre 16h e 20h. No restante do
tempo, o corpo precisa se esforçar mais, então o volume e qualidade do trabalho
são menores.
Os intervalos “não
produtivos” devem ser trabalhados, diz a consultora. "Salinhas do
cochilo", quem sabe? Só se for numa outra sociedade, porque na que vivemos
não há salas para sonecas ligeiras e ceder a elas pode acabar em demissão.
Ou seja, o Capital não exige
apenas nosso esforço físico. Está atrás de nossos neurônios, também. É como
disse Noam Chomsky em “As 10 estratégias de manipulação midiática”:
...o “sistema” tem desfrutado
de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como
psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do
que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o
sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que
os indivíduos a si mesmos.
Por isso, não se assuste se você olhar no
espelho e ver um cifrão...
Leia também: Fazer viver, deixar
morrer
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