Em 2013, completam-se os 500
anos desde que Nicolau Maquiavel concluiu “O Príncipe”. A obra praticamente
inaugurou a ciência política moderna. Meio milênio depois, continua extremamente
válida.
O Instituto Humanitas Unisinos
publicou uma revista sobre o tema. Trata-se de “A política desnudada. Cinco
séculos de O Príncipe, de Maquiavel”, lançada em 16/09. Na edição, em entrevista
a Márcia Junges, o filósofo António Bento cita Trajano Boccalini, pensador do
século 17:
Os inimigos de Maquiavel
consideram-no homem digno de punição porque revelou como os príncipes governam
e, assim, instruiu o povo; “colocou dentes de cães nas ovelhas”.
O entrevistado também cita Diderot,
para quem o autor de “O Príncipe” teria pintado a verdadeira face do poder desse
modo: ”eis o animal feroz ao qual vos abandonareis”.
Por isso, o livro de Maquiavel
foi tão censurado e perseguido. Seus inimigos se vingaram confundindo a obra
com seu autor. Ser maquiavélico virou sinônimo de político inescrupuloso, autoritário,
amoral, cínico, corrupto.
Se há alguém que mereça tais qualificações,
hoje, é José Dirceu. Mas tal como aconteceu com o autor italiano, o dirigente
petista não inventou a política suja e sem freios morais. Esta forma porca de realismo
político tem, no Brasil, a mesma idade do livro de Maquiavel.
O grande erro de Dirceu foi agir
como seus antecessores para atingir objetivos pretensamente justos. Seu maior
crime, fazer o que fez em nome de propósitos de esquerda. Com isso, facilitou o
trabalho daquele animal feroz a que se referiu Diderot.
A esquerda não precisa criar seus
próprios lobos. Deve aprender com Maquiavel a colocar dentes de cães nas
ovelhas.
Leia também: As maiores vítimas do
julgamento do mensalão
MUITO BOM!!!
ResponderExcluirValeu, camarada!
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