Mais dois casos de linchamento aparecem nos jornais. Um no Maranhão, outro no Rio
de Janeiro. O sociólogo José de Souza Martins é
considerado autoridade na questão. Entrevistado pelo portal do El País, em
08/07, ele fez afirmações assustadoras.
Em primeiro lugar, o estudioso disse que acontece um linchamento por dia em média, no Brasil. A atenção despertada pelos dois casos recentes seria “mais pelas imagens, que pelo fato de ter virado rotina.”
Em segundo lugar, há as particularidades racistas envolvidas nesse tipo de fenômeno. Segundo Martins:
Em primeiro lugar, o estudioso disse que acontece um linchamento por dia em média, no Brasil. A atenção despertada pelos dois casos recentes seria “mais pelas imagens, que pelo fato de ter virado rotina.”
Em segundo lugar, há as particularidades racistas envolvidas nesse tipo de fenômeno. Segundo Martins:
Nos primeiros dez minutos, o padrão se
repete e não há nenhuma diferença. Independentemente de a vítima ser branca ou
negra, você vê pedradas, pauladas, pontapés. A diferença se manifesta no
decorrer do ato, de forma muito mais sutil do modo como o racismo é concebido
no Brasil. Ele se torna mais violento. Se o linchado for negro, a probabilidade
de aparecerem outros componentes mais violentos como mutilação, furar olhos ou
queimar viva a vítima, aumenta.
Por fim, Martins também afirma que em 90% dos casos de linchamento, é a polícia que salva a vítima. Provavelmente, a polícia mais violenta do mundo enxerga nessas ações um desrespeito ao monopólio que exerce no julgamento e execução sumários.
Há quem veja nessas ações o povo fazendo “justiça com as próprias mãos”. Mas não há qualquer justiça envolvida nessas iniciativas. É apenas a sociedade castigando a si mesma, diária e rotineiramente avançando para a barbárie social.
Leia também: Linchamentos são as manchas de nossa gangrena social
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