A vitória de Hugo Chávez nas eleições da Venezuela em dezembro de 1998, iniciou
um período de governos progressistas na América do Sul.
Por suas políticas populares, Chávez foi deposto, mas voltou à presidência graças
à mobilização popular. Além dele, Rafael Correa, no Equador e Evo Morales, na
Bolívia, também adotaram políticas que se chocaram com os interesses
imperialistas na região.
Agora, esse ciclo parece em perigo. Os três governos enfrentam manifestações,
boicotes da mídia, sabotagens empresariais, apoiados e financiados principalmente
pelos Estados Unidos. O apoio à resistência popular contra esse cerco é
fundamental.
Mas o maior inimigo não está na política. Equatorianos e venezuelanos são
extremamente dependentes do petróleo e gás. Chávez e Correa aproveitaram os 100
dólares por barril para implementar suas políticas populares. Com o preço
caindo para 60 dólares, ambas as economias começam a fraquejar gravemente.
Maduro dirige uma economia que importa 80% dos produtos que consome. Correa
aceita dinheiro de Pequim em troca da entrega de reservas indígenas à
exploração destruidora do capitalismo chinês.
Enquanto isso, Morales autorizou, recentemente, a exploração de gás e petróleo
em parques nacionais do país. Por trás disso, a enorme dependência do gás e
alguns outros minerais, responsáveis por mais de 65% das exportações bolivianas.
O fato é que a lógica capitalista mina as bases do chamado “socialismo do
século 21”. Confirma-se a máxima de que não há socialização sem alterar
radicalmente a estrutura econômica, incluindo a democratização do controle dos
meios de produção.
O “bem viver” das comunidades indígenas que inspira as repúblicas
“bolivarianas” sufoca, vítima do veneno mineral em que suas economias são viciadas.
Leia também: O
chavismo e suas dependências
A recorrente constatação que a esquerda faz das limitações do programa-democrático-popular.
ResponderExcluirÉ isso aí, Maurão!
ResponderExcluirÉ tudo muito lamentável! Muito esclarecedoras as suas notícias sobre esses países que são totalmente ignorados pela mídia. Um gde abraço, Sérgio
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