Bilões: são os policiais mais violentos de cada batalhão da PM paulista.
Caixas-dois: nome dado aos grupos integrados por três bilões, sendo um deles responsável
por orientar ou executar o “trabalho”. Costuma ser escoltado pelos outros dois
e não usa farda. Geralmente, a equipe atua em sua área de atuação.
Trabalho: extermínio de criminosos ou apenas suspeitos.
Kit-vela ou kit-flagrante: entorpecente e arma fria colocadas nas mãos do
cadáver para justificar o homicídio. Eventualmente, um celular também é deixado
junto à vítima.
Firma: modalidade de caixa-dois diretamente relacionada a corrupção.
Fritar na resistência: inventar evidências para que a morte pareça ter resultado
de um confronto com a PM. Em sua impossibilidade, utiliza-se o “caixa-dois”.
Pelotão de Apoio Operacional (PAO): punição dada pelo comando de alguns
batalhões da PM paulista a policiais que se negam a participar de ilegalidades
e abusos, como torturas, matanças e grupos de extermínio. O castigo consiste em
fazer ronda do lado de fora do batalhão, permanenceno 12 horas em pé,
incomunicável, sem poder comer, urinar ou evacuar.
A combinação dos verbetes desse macabro vocabulário resultou, por exemplo, no
assassinato de 152 pessoas pela PM paulista, entre 2003 e 2010. Destas vítimas,
48% não tinham antecedentes criminais. Entre as que sobreviveram, 82% não têm
passagem pela polícia.
Todas essas práticas criminosas estão detalhadas no artigo “Em cada batalhão da
PM tem um grupo de extermínio”, de Tatiana Merlino. O texto faz parte do livro “Desmilitarizaçãoda polícia e da política: uma resposta que virá das ruas”.
Leia também: Fragmentos de uma história militarizada
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