Doses maiores

29 de julho de 2015

O Sr. Apocalipse e a economia brasileira


Nouriel Roubini ficou famoso ao prever o estouro da bolha imobiliária estadunidense, em 2008. Desde então, ficou conhecido como Sr. Apocalipse, inclusive porque vive dizendo que a crise está longe de seu fim.

Suas últimas declarações nesse sentido foram publicadas no Diário da Liberdade, em 29/07. Segundo o economista, os mesmos papéis especulativos que derrubaram grande parte da economia mundial 7 anos atrás continuam “a todo vapor”. Hoje, diz ele:

...movimentam em torno de 15 vezes o total da economia mundial, com transações ultra parasitárias que têm convertido o mundo num verdadeiro casino financeiro.

Roubini também fala em colapso “capitalista” na Alemanha, Estados Unidos e Japão. A China, por sua vez, estaria à beira de uma bolha imobiliária.

Apesar de tudo isso, em janeiro, Roubini disse estar “cautelosamente otimista com o Brasil”.

Marcio Pochmann parece não concordar. É o que se deduz de seu recente artigo “China e Brasil evidenciam nova fase da crise global”. O economista começa o texto publicado no portal Rede Brasil Atual dizendo que a Grande Recessão:

...avança sobre as economias consideradas emergentes como Rússia, Brasil e China, que até então acreditava-se estarem imunes frente ao êxito das políticas anticíclicas adotadas desde 2008.

Resta saber o que ele vê de tão “anticíclico” ou “exitoso” na economia brasileira. Afinal, continuamos a ser tão dependentes dos humores da economia mundial como sempre fomos. Só inovamos ao nos atrelar ao parque industrial que o imperialismo ocidental instalou na China.

De qualquer maneira, o “otimismo cauteloso” do Sr. Apocalipse em relação a nossa situação não é partilhado pelo economista brasileiro, que é, aliás, petista de carteirinha.

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Sobre a China

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