“As plantas podem ver e cheirar”,
disse o geneticista israelense Daniel Chamovitz, em entrevista ao Globo, publicada
em 28/06.
Quando, por exemplo, “uma árvore está
sendo atacada por uma praga, afirma Chamovitz, a árvore vizinha vai sentir e,
assim, pode preparar seus componentes químicos para lutar contra os invasores”.
Também é possível que “um galho da
árvore atacada esteja falando com outro”, e uma planta próxima esteja “só
pegando a conversa”, garante o entrevistado.
Neste caso, podemos imaginar qual
seria o tema das conversas entre dois pés de soja, hoje em dia:
- Você viu como aumentou o preço do feijão?
- Sim. Mais de 16%, segundo o IPCA-15.
- Foram as safras. A primeira caiu 14% e a segunda,
21%.
- Não foi só isso. A área plantada vem despencando.
Em 2014, a área plantada foi 2 milhões de hectares menor que em 1995. E
adivinha o que foi plantado no lugar do feijão?
- Essa é fácil. Fomos nós, né?
- Nós, mais milho e cana. Recebemos todos juntos 73%
dos recursos dos programas governamentais para a safra 2015/2016. Enquanto isso,
arroz, mandioca e feijão receberam só 5%.
- Mas calma. O governo vai importar feijão da Argentina,
Bolívia e Uruguai. E, talvez, até do México e da China. Afinal, quem está no
Ministério da Agricultura é o Blairo Maggi.
- Sim. Ele não é nosso rei à toa. Há décadas, manda
e desmanda na agricultura do País.
- Pra nós, tá tudo bem. O resto é que tá na mer...
- Opa, lá vem a colheitadeira! Adeus!
- Ade...
Obs.: Os números acima estão na reportagem de Nadine Nascimento, publicada no portal do
MST, em 27/06.
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