Em 22/05, Erica
Fraga publicou “Estudos revelam como a corrupção prospera e funciona”, na
Folha. A matéria apresenta resultados de diversos estudos sobre corrupção
feitos no Brasil e no exterior.
No caso brasileiro, destacam-se dois levantamentos. O primeiro,
dos pesquisadores da FGV-Rio, Carlos Pereira, Lucia Barros e Rafael Goldszmidt,
realizada entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial de 2014.
Um grupo escolheu entre dois candidatos fictícios em um
segundo turno eleitoral. Um deles com um perfil mais à direita. O outro, mais à
esquerda. Definidos os votos, foi revelado que o candidato escolhido era
corrupto. Houve uma tendência maior à manutenção do voto entre os eleitores de
direita.
O outro estudo foi feito por Miguel Figueiredo, Daniel
Hidalgo e Yuri Kasahara durante as eleições municipais de São Paulo, em 2012.
Concorriam Gilberto Kassab, identificado com a direita, e Marta Suplicy, tida
como de esquerda. Ambos foram denunciados por corrupção, mas somente Marta perdeu
votos do grupo pesquisado por causa disso.
As conclusões mostram o que Marx e
Engels já denunciavam em “A ideologia alemã”, no século 19. Referindo-se à “atitude
do burguês para com as instituições de seu regime”, os autores afirmam que:
...ele as
transgride sempre que isso é possível em cada caso particular, mas quer que
todos os outros as observem (...). Essa relação do burguês com suas condições de
existência adquire uma de suas formas universais na moralidade burguesa.
Mas cuidado. Trata-se de uma lógica
social. O que nos torna todos um pouco burgueses, um pouco
canalhas é o sistema do capital. É ele o principal alvo de nosso combate.
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