Acontece
hoje um importante referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. A
consulta opõe forças políticas radicalmente favoráveis e contrárias. Mas a confusão
é grande.
Os
trabalhistas, maior força da esquerda moderada inglesa, são favoráveis à
permanência. Assim como o conservador David Cameron, atual primeiro-ministro do
país.
Por
outro lado, forças de extrema-direita são contrárias, utilizando argumentos
racistas e reacionários.
Mas
nem todos na esquerda pensam como os trabalhistas, ao mesmo tempo em que se
diferenciam da direita.
É o
caso dos marxistas NeilDavidson e JosephChoonara, que apresentam análises precisas sobre a questão
em dois bons artigos, infelizmente, ainda sem tradução.
Basicamente,
eles argumentam que a União Europeia não passa de um arranjo neoliberal
governado de modo antidemocrático.
Por
um lado, trata-se de uma região unificada através do poder econômico. Mais
especialmente, em torno do capital alemão, cujos interesses são defendidos a
ferro e fogo pela cúpula da UE sediada em Bruxelas.
Uma
prova disso é a situação calamitosa da Grécia. À recusa do plebiscito grego às
imposições econômicas da UE, Bruxelas respondeu que não se dobra a decisões
políticas. A não ser que elas sejam tomadas em Berlim, faltou acrescentar.
Quanto
ao argumento de que votar pela saída significa piorar a situação dos
imigrantes, basta lembrar as dezenas de milhares de refugiados barrados nas
fronteiras da UE diariamente.
Por
estas e outras, apoiar o voto pela saída é a postura mais coerente em relação aos
interesses dos explorados e oprimidos da região. A estes só pode interessar o
internacionalismo dos trabalhadores contra a globalização do capital.
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