Doses maiores

23 de junho de 2016

Contra a União Europeia, o internacionalismo dos explorados

Acontece hoje um importante referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. A consulta opõe forças políticas radicalmente favoráveis e contrárias. Mas a confusão é grande.

Os trabalhistas, maior força da esquerda moderada inglesa, são favoráveis à permanência. Assim como o conservador David Cameron, atual primeiro-ministro do país.

Por outro lado, forças de extrema-direita são contrárias, utilizando argumentos racistas e reacionários.

Mas nem todos na esquerda pensam como os trabalhistas, ao mesmo tempo em que se diferenciam da direita.

É o caso dos marxistas NeilDavidson e JosephChoonara, que apresentam análises precisas sobre a questão em dois bons artigos, infelizmente, ainda sem tradução.

Basicamente, eles argumentam que a União Europeia não passa de um arranjo neoliberal governado de modo antidemocrático.

Por um lado, trata-se de uma região unificada através do poder econômico. Mais especialmente, em torno do capital alemão, cujos interesses são defendidos a ferro e fogo pela cúpula da UE sediada em Bruxelas.

Uma prova disso é a situação calamitosa da Grécia. À recusa do plebiscito grego às imposições econômicas da UE, Bruxelas respondeu que não se dobra a decisões políticas. A não ser que elas sejam tomadas em Berlim, faltou acrescentar.

Quanto ao argumento de que votar pela saída significa piorar a situação dos imigrantes, basta lembrar as dezenas de milhares de refugiados barrados nas fronteiras da UE diariamente.

Por estas e outras, apoiar o voto pela saída é a postura mais coerente em relação aos interesses dos explorados e oprimidos da região. A estes só pode interessar o internacionalismo dos trabalhadores contra a globalização do capital.

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