O portal "Outras Palavras" traz um excelente balanço da onda
de ocupações de escolas públicas por secundaristas em vários estados. O texto
de Douglas Oliveira foi publicado em 21/06.
Em geral, as ocupações lutam contra projetos de
reestruturação escolar que implicam fechamento de escolas, diminuição de vagas
e entrega da gestão a Organizações Sociais. Estas últimas, importante lembrar,
principais responsáveis pela falência do sistema de saúde no Rio de Janeiro.
O balanço das ações é positivo. No Rio, a maior conquista é
a realização de eleições diretas para diretores nos colégios ocupados. Em São
Paulo, o governo recuou da reestruturação escolar, ainda que informalmente, e
foi obrigado a aceitar a criação de uma CPI sobre irregularidades no
fornecimento de merenda escolar.
Mas é bastante preocupante o que o texto chamou de
“violência terceirizada”. À pesada repressão policial soma-se a ação de
milícias civis de direita ilegais e com o apoio de governos e empresários.
No bairro carioca do Méier, por exemplo, secundaristas foram
vítimas de repressão policial por integrantes de um convênio entre a PM e a
associação comercial local. Em São Paulo, movimentos de desocupação patrocinados
pelo governo cometem atos violentos contra os ocupantes diante de policiais que
nada fazem para impedir.
O texto lembra um dos casos mais terríveis de repressão
terceirizada. Aconteceu há menos de dois anos, no México, quando o governador
do estado de Guerrero entregou a vida de 43 estudantes ao crime organizado.
São práticas fascistas que precisam ser combatidas sem
vacilações. Os movimentos sociais jamais terão condições de enfrentar
militarmente essas ameaças, mas a adoção de medidas de autodefesa é urgente.
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