“Eles fazem parte de uma comunidade imaginária”. Estas
palavras são de Marc Sageman, ex-oficial de operações da CIA, publicadas pelo
Globo em 16/06. Referem-se a terroristas que matam em nome do Estado Islâmico (EI)
ou da Al Qaeda em vários lugares do mundo.
Seria o caso de Omar Mateen, que teria jurado lealdade
ao Estado Islâmico antes de promover o massacre de Orlando.
A descrição de Sageman lembra o conceito de “comunidade
imaginada”, do estudioso britânico Benedict Anderson. Para ele, as nações
também podem ser consideradas comunidades imaginadas.
Afinal, a definição de fronteiras não tem nada de
natural. Ao contrário, muito frequentemente são produto de relações de poder
das mais violentas. A grande maioria das “nações” nasceu a partir de massacres
que deixariam o EI morrendo de inveja.
É o caso da unificação do próprio território estadunidense,
garantida pela matança e escravização de indígenas e negros e pelo massacre de rebeldes
sociais. O mesmo pode ser dito da “nação brasileira”.
Mas, mais que comunidades imaginadas, o imperialismo é
especialista em criar estados artificiais para servir a seus objetivos. É o
caso de Israel, Iraque, Jordânia e Palestina. Todos criados
por razões geopolíticas alheias aos interesses de seus povos.
Foi assim que a maior região petrolífera do mundo se
tornou também cenário das piores carnificinas. A grande maioria delas feita a
mando dos poderes imperiais, tendo o estado israelense à frente.
São estas entidades abstratas que promovem matanças muito
concretas e dolorosas pelo planeta. Contra elas, precisamos continuar construindo,
defendendo e ampliando nossos territórios ideológicos, em cujas fronteiras só cabem
os explorados e oprimidos do mundo.
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