São Petersburgo, 25 de outubro de 1917, 3:30h da manhã. O
navio de guerra “Aurora”, sob comando revolucionário, ancorou perto do Palácio
de Inverno. Viera reforçar o cerco à sede do governo provisório, cujos integrantes
se recusavam a entregar o poder aos sovietes.
Os canhões do navio abriram fogo. Eram tiros de pólvora
seca, mas a explosão de um canhão sem balas assusta mais do que se estivesse
usando munição. Foi o bastante para vários soldados favoráveis ao governo
provisório abandonarem seus postos.
Quando o navio disparou balas de verdade, quase todas caíram
no Rio Neva. Uma delas explodiu logo acima da sala onde estavam os membros do
governo. Mais soldados abandonaram o palácio.
Pouco antes de nascer o dia, finalmente o governo
provisório anunciou sua rendição. Antonov, um militante bolchevique, entrou na
sala e determinou a prisão de todos. Um dos detidos era do Ministério do
Interior. Ele tirou do bolso um telegrama vindo da Ucrânia, entregou-o a Antonov,
dizendo: "Recebi isso ontem. Agora, é com vocês."
Mais tarde, uma autoridade municipal que se recusava a
reconhecer os sovietes ligou para o Palácio de Inverno. “Quem fala?”,
perguntou. A resposta: "O sentinela". “O que está acontecendo aí?”.
"Não há nada acontecendo aqui", disse o soldado e desligou.
Nesse momento, Lênin ainda ignorava a situação e andava
em círculos em sua sala no quartel-general dos revolucionários, furioso com a demora
para tomar o Palácio.
Foi desse modo pouco pomposo que os sovietes assumiram o poder
na Rússia, segundo o livro “The Bolsheviks Come to Power” (“Os Bolcheviques
Tomam o Poder”), de Alexander Rabinowitch, ainda sem tradução.
Leia também: Momentos nada épicos da tomada do
Palácio de Inverno
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