Relato baseado no livro “The Bolsheviks Come to Power”
(“Os Bolcheviques Tomam o Poder”) de Alexander Rabinowitch, ainda sem tradução.
O crepúsculo se aproximava e o Palácio de Inverno ainda
não estava nas mãos bolcheviques. Uma série de pequenas dificuldades causaram
preocupação na época. “Hoje, parecem quase cômicas”, diz o autor.
Ficou combinado que uma lanterna vermelha seria colocada
no topo do mastro da Fortaleza Pedro e Paulo para sinalizar o início da
ofensiva final contra o Palácio de Inverno. Mas quando chegou o momento,
ninguém conseguia encontrar uma lanterna vermelha. Quando finalmente acharam
uma, não conseguiam fixá-la no mastro para que pudesse ser vista.
Ao mesmo tempo, os revolucionários que cercavam o Palácio
faziam tudo para “evitar uma sangrenta batalha”. “Nos esforçamos para assegurar
que eles se rendessem diante de nosso poderio revolucionário. Por isso, nos
recusamos a abrir fogo, dando a nossa arma mais forte, a luta de classes, uma
oportunidade de fazer efeito dentro do palácio", relatou um participante.
Nesse clima, houve duas tentativas de convencer os
ocupantes do palácio a sair pacificamente. Em vão. Às 18h30, um ultimato:
“Devem capitular em vinte minutos”. Nada.
Outro ultimato: “Saiam todos às 19:10h ou abriremos fogo”.
Simplesmente ignorado. A resposta dos revolucionários? “Mais dez minutos, nem
um minuto a mais”. Nada, novamente.
Enquanto isso, em uma pequena sala no quartel-general dos
revolucionários, Lênin andava em círculos “como um leão em sua jaula”.
“Precisamos tomar o Palácio de Inverno a qualquer custo", gritava,
furioso.
O final da história, todos sabem. Mas, certamente, Lênin
só não perdeu mais cabelos naquela noite porque já não os tinha sobrando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário