Uma seleção de trechos da edição de 28/05, da Folha.
Para começar, Bernardo Mello Franco lembra que:
...em outubro de 1984, o cacique e
deputado Mario Juruna convocou a imprensa para fazer uma denúncia contra si
mesmo. Ele havia recebido propina do empresário Calim Eid para votar em Paulo
Maluf no Colégio Eleitoral.
Arrependido, continua o colunista, o líder indígena foi
ao banco devolver 30 milhões de cruzeiros.
Como Tancredo Neves venceu a disputa,
ninguém quis investigar as suspeitas de suborno e caixa dois. Eid seguiu
carreira como operador do malufismo. Juruna ficou desacreditado e não conseguiu
se reeleger.
O historiador José Murilo de Carvalho explica que “se em
1930 votavam 5% da população, em 1945 já foram 13% (...), aí incluídas as
mulheres”. Em 1960, os eleitores chegaram a 18%. Em 1986, 47%. E em 2014, eram
71% dos brasileiros, cerca de 140 milhões de pessoas.
Para ele, o sistema político nacional é incompatível com
este crescimento da participação popular.
Talvez, as cada vez mais frequentes crises de
representação sejam uma espécie de reação alérgica das classes dominantes ao
povo.
Por fim, Elio Gaspari lembra “que 60% da população
carcerária brasileira é composta por negros. Mas a Lava-Jato não prendeu um
único negro”. Ao contrário, a operação teria “pegado sobrenomes ilustres”.
Faltou dizer que enquanto grande parte da população
carcerária está presa mesmo sem qualquer sentença judicial, só alguns poucos
dos muitos investigados pela Lava-Jato foram condenados. E, dentre estes,
vários estão soltos. Seu único constrangimento é o de serem obrigados a usar
tornozeleiras eletrônicas enquanto viajam, fazem compras e frequentam suas
próprias piscinas.
É, muito interessante a observação da lava-jato não ter prendido um só preto. O crime do colarinho branco é coisa de brancos. Boa lembrança também do Juruna, branco que nega tá solto e vai continuar recebendo votos, e índio que assume e se arrepende, a população condena não o elegendo mais.
ResponderExcluirPois é, o sistema de dominação é tão racista que aos pretos nem lhes é dada a oportunidade para ocupar cargos onde os crimes de colarinho branco são cometidos.
ExcluirBração!